A Geografia Crítica vai renovar os argumentos contra a “produção de discursos estatais e nacionalistas”, cuja matriz estaria na Geopolítica Ratzeliana.
A busca pela gênese do poder enquanto engenharia de dominação social também vai ganhar fôlego, inspirada nos trabalhos do cientista social Michel Foucault.
O geógrafo francês Paul Claval, na obra “Espaço e Poder”, e o geógrafo suíço Claude Raffestin, em “Por uma Geografia do Poder”, são paradigmáticos nesse sentido e,
desde então, os trabalhos nessa linha têm procurado mesclar o método funcionalista da matriz liberal de Claval com o criticismo da matriz marxista de Raffestin.
Também o diretor da Revista Hérodote e autor do livro “A Geografia serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra”, o geógrafo marxista Yves Lacoste consagra a leitura da Geopolítica como instrumento dos "Estados-Maiores militares e da burguesia nacional", denunciando as estratégias norte-americanas de destruição dos diques rurais com bombardeios massivos na Guerra do Vietnã (curiosamente, as ações expansionistas francesas pelo mundo não ganhavam o mesmo tratamento analítico pelo autor).