Portugal

A primeira estratégia marítima efetivamente global nasce com D. Dinis (1279-1325), ampliada mais tarde pelo Infante D. Henrique.

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Holanda

No século XVII, os portugueses acabariam expulsos pelos holandeses de suas posições no Índico (Java, Sumatra e Malaca), restando, então, centrar esforços no Atlântico Sul, graças ao apoio logístico de um cordão de ilhas estrategicamente situadas ao longo da dorsal atlântica: Açores, Madeira, Tristão da Cunha, Ascensão e Santa Helena, além do arquipélago de Cabo Verde (PENHA, 2011). A Holanda implantava, pela ação das conhoneiras, a tese do mare liberum do jurista batavo Hugo Grotius, de 1614, que propunha a liberdade dos mares, omitindo o oceano Índico, onde seu argumento poderia ser prejudicial aos interesses holandeses já hegemônicos desde a expulsão dos portugueses.

Inglaterra

Nos séculos XVIII e XIX, a Inglaterra transformou sua enorme riqueza industrial em um poder econômico e militar global, projetando seus interesses nacionais a partir de suas condições insulares originais.

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Estados Unidos

Os Estados Unidos foram o primeiro território liberto do colonialismo britânico, na Guerra da Independência (1776-1783).

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Portugal

A primeira estratégia marítima efetivamente global nasce com D. Dinis (1279-1325), ampliada mais tarde pelo Infante D. Henrique. O primeiro influenciou a abertura de academias para o estudo marítimo e de uma marinha costeira para proteger as costas das incursões dos mouros magrebinos. O segundo investiu nas caravelas e galeras portuguesas, que permitiam a navegação a longas distâncias, inclusive a conquista do sonhado Caminho das Índias.

A batalha naval de Diu (1509) pela conquista da Índia marcou a ascensão portuguesa, acompanhada da conquista do estreito de Ormuz (na passagem do Golfo Pérsico) e do estreito de Málaca (na passagem para o Mar da China). A geografia mundial portuguesa ainda incluía Ceuta (acesso ao Mediterrâneo), o Cabo da Boa Esperança (passagem sul-africana obrigatória no Caminho das Índias) e o estreito de Magalhães, no Atlântico Sul (PENHA, 2011).



Estados Unidos

Os Estados Unidos foram o primeiro território liberto do colonialismo britânico, na Guerra da Independência (1776-1783). Então, passam a experimentar uma expansão econômica acelerada, decorrente da aplicação combinada de políticas protecionistas e de certa dose de livre-comércio. Nesse momento, o envolvimento diplomático e militar dos Estados Unidos era ainda limitado à sua “área de influência imediata”, consagrada pela Doutrina Monroe (1823) como a América Latina, onde as “intervenções preventivas” se tornaram prática comum no século seguinte.

Mas a continuidade da expansão econômica norte-americana passa a pressionar por um novo equilíbrio de poder em escala mundial. A Guerra Hispano-Americana (1898) sinalizava que os interesses estadunidenses haviam se projetado agora também ao Caribe e regiões mais afastadas do Pacífico, sobre as posições da derrotada Espanha. É nesse período que Alfred Thayer Mahan, autor do livro “A influência do Poder Naval na História, 1660 - 1783”, de 1890, aplica as bases do poder marítimo para as necessidades norte-americanas. Nessa obra, o almirante estadunidense destaca a importância das zonas costeiras para a logística marítima comercial e militar. Mahan destacava a importância da projeção naval dos Estados Unidos a partir da união de suas frotas situadas nas costas do Pacífico e Atlântico, e que seria viabilizada quando da construção do Canal do Panamá no início do século seguinte.

Outro geopolítico que destacou o poder naval foi o cientista político Nicholas J. Spykman (1893 – 1943), com o conceito de rimland ou franja costeira do megacontinente eurasiático. Dizia o estrategista que os EUA e aliados deveriam ampliar sua presença militar nas bordas marítimas da Europa e Ásia, para deter as potências europeias do interior do continente. Esse conceito apareceria depois da Segunda Guerra, na criação da OTAN, cuja própria sigla indica a centralidade do Atlântico Norte na configuração do bloco militar (Veja, no mapa da figura, o desenho da Organização do Tratado do Atlântico Norte na atualidade).



Inglaterra

Nos séculos XVIII e XIX, a Inglaterra transformou sua enorme riqueza industrial em um poder econômico e militar global, projetando seus interesses nacionais a partir de suas condições insulares originais. As estratégias geopolíticas inglesas sempre se centraram no fortalecimento do poder marítimo, desde o pioneirismo de Sir Walter Raleigh (1552-1618), que propugnava o domínio de rotas marítimas, à conquista de novas áreas costeiras e a expansão do comércio marítimo. Após derrotar Espanha e França na Batalha de Trafalgar (1805), a Inglaterra estabelece comercial e militarmente a Pax Britannica imaginada por Raleigh (PENHA, 2011).

Na América do Norte, afasta os espanhóis e passa a administrar as colônias atlânticas. Na América do Sul, opta por um acordo comercial vantajoso com Portugal, mas não sem que a história registrasse momentos de tensão. Numa dessas ações, a Baía de Guanabara foi invadida por uma esquadra de guerra britânica, na chamada Questão Christie. A proibição inglesa ao tráfico internacional de escravos — com constantes aprisionamentos de navios brasileiros — e a recusa do governo imperial brasileiro em assumir a indenização pelo saque de populares ao navio mercante de bandeira britânica naufragado em águas territoriais brasileiras ocasionou um tensionamento diplomático sem precendentes entre os dois países.